Visitando Final Fantasy (1) pela primeira vez

Logo do primeiro Final Fantasy

Logo do primeiro Final Fantasy

* Eu criei um Medium porque queria escrever. Escrevi sobre videogame e tinha até esquecido que tenho esse blog. Então, estou passando o texto para cá.

É interessante como alimentamos uma vontade de fazer algo, principalmente quando há, em cima, uma rotulação quanto ao não fazer esse algo. Coisas que são classificadas como “obrigatórias”, que têm que fazer parte da nossa vida, que precisamos conhecer. Às vezes, nós mesmos nos cobramos por não ter feito e não queremos que lembrem de nós como “aqueles que não fizeram/foram/visitaram”. Na adolescência, queremos aprender a dirigir mesmo sem ter carro ou se quer licença para tal. Você não pode ser fã de Tarantino se ainda não viu Pulp Fiction.

Esse é mais ou menos o meu caso com o primeiro Final Fantasy. Cultivei por muito tempo o desejo de experimentá-lo, não porque acreditava em uma experiência incrível, mas mais pelo sentimento de compromisso. Apenas recentemente o fiz de fato. Gostaria que fosse a antiga versão para NES, de 1987, mas, confesso, pensei que não conseguiria lidar com um título que carrega nas costas quase 30 anos de idade e evolução, e que — eu já sabia de antemão — me daria um certo trabalho.

A escolha, então, foi a versão lançada em 2007, para o PSP, em comemoração aos 20 anos da franquia. Imaginei que me daria melhor com um visual mais atualizado, controles melhores e ainda com a possibilidade de andar com o jogo para onde fosse. Um outro ponto positivo da escolha é que, tratando-se de uma edição comemorativa, Final Fantasy Anniversary Edition traz uma série de bônus e áreas que não estão presentes naquele velho cartucho de Famicon. Não tinha porquê ser outro. Claro que continuo gostando dos jogos mais antigos, mas não há como negar que meus gostos foram se adaptando às mudanças. Killer Instinct, por exemplo, é o jogo que sempre classifiquei como o melhor do gênero luta, mas, hoje, não consigo jogá-lo com o mesmo entusiasmo da minha infância. Fugindo do contexto, me sinto até culpado por não mais aguentar os 20 minutos de um episódio de Jiraiya.

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A vitória sobre a escuridão

O dito cujo

Fácil depois que se aprende como; mortífero ao viajante inicial – Reprodução

Passaram-se anos até que eu me sentisse, novamente, vitorioso num jogo. Dark Souls foi o responsável. A última vez havia sido na época em que os jogos de ação consistiam em mover-se para frente, atirar e saltar, quando desafio não era difícil de se encontrar; vendia-se em cartucho.

Hoje, jogamos para acompanhar uma história interessante; gastamos dinheiro com a continuação para ver no que vai dar. Às vezes, o sistema não é bom, a atividade não empolga ou “faltou aquele detalhe”, mas, quando a causa do herói é nobre, está tudo ótimo. E está mesmo.

Na minha infância, no conforto do meu quarto e na segurança do meu portão de ferro com pontas de lança, a vida seguia ameaçada. Além de acompanhar o conto enigmático e revelador, era viver ou morrer. Morrer mais de uma vez.

Na condição de apreciar apenas uma fração do que é apresentado para apreciação, me fez falta o desafio. O jogo da escuridão está mais do que longe de ser perfeito, à primeira olhada nota-se, mas me trouxe de volta o sentimento que, pensei, tinha sido deixado no fim da lista de prioridades de quem tem a tarefa de dar movimento a linhas inanimadas.

Me senti vitorioso ao derrotar um dos primeiros “chefes”. A cada retorno ao ponto de descanso, a vontade de conseguir crescia na mesma proporção em que aumentava a dificuldade em atingir o objetivo. A mensagem, em dourado, que confirmou a façanha foi mais que uma medalha. A raiva, vinda da repetição, transformou-se em realização.

Pode ser até que eu não saiba que fim irá levar o guerreiro de armadura (o enferrujado é o criador), mas já valeu. Eu precisava de Dark Souls.

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Red Faction: Armageddon é bom, mas desperdiça boas ideias

Não se deixe levar pelo número de pontos negativos atribuidos a Red Faction: Armageddon nesta análise. O jogo é bem bom. Bem redondo. No velho clichê das revistas “cumpre o que promete, vale a compra e recomendo”. Eu decidi não falar de gráficos, som… Hoje, torna-se repetitivo. Os jogos que não têm imagem aceitável ou qualidade sonora responsável, não merecem nem ser considerados jogos de verdade na atual velha geração.

A parada da THQ foi testada no Xbox 360 e eu falo mais das pequenas falhas, já que não há uma disparidade imensa. Nem cheguei perto do multiplayer. Não sei como funciona, nem o botão que aperta para entrar lá. E se você é dos que estão aí para a data de lançamento, ele saiu lá fora dia 7 de junho, uma data, digamos, especial.

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Não pense que vai ficar fortinho com UFC Personal Trainer

Você gosta de MMA? Eu gosto. Quando surgiram os primeiros vídeos de UFC Personal Trainer eu pensei “legal, quem tem um Kinect vai poder dar soco no ar e tomar bate-com-banana depois, achando que tá ficando forte.” Na verdade, gostei da ideia, mas um Kinect é algo que não posso pagar. Também existe versão para PS3 e Wii, mas não tem cara de ser legal segurar o bastão o tempo inteiro.

No entanto, recentemente, tive a chance de dar uma provadinha no game. E foi no Kinect mesmo. Um amigo cedeu o brinquedo, contanto que colocasse de volta no lugar sem quebrar. Devo dizer, se você é um gordo nerd que só fica no sofá o dia inteiro, passe bem longe, não é para você. Mas isso também não quer dizer que você vai ficar fisicamente melhor, gafanhoto.

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Eu costumava ser mais durão e mais paciente

Vou te falar, ultimamente, tô achando tudo difícil. Posso até não estar na minha melhor forma, mas eu realmente deveria aguentar melhor o tranco. Costumava ser mais durão, mais “pode vir quente que eu estou fervendo”. Isso quando criança.

Recentemente, peguei a coletânia Sonic Classic Collection, para Nintendo DS, que traz os três primeiros jogos do mascote da Sega mais o Sonic & Knuckles. Confesso que não me lembro de suar tanto para passar de uma fase, quando ia na casa do vizinho jogar no Mega Drive dele (eu tinha um SNES). Dou graças a Deus por, agora, existir a opção de salvar o jogo.

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Entrevista: André Cariús – Donsoft Entertainment

A reportagem de capa da revista Indie Gamer tinha o manjado título de “O Brasil dos Games”. O objetivo era entrevistar responsáveis por desenvolvedoras nacionais, discutir seus projetos e saber o que eles pensam sobre o mercado daqui. Acho que consegui o que queria. Se não, cheguei perto. Foram três entrevistas: Renato Pelizzari, da Tendi; José Lúcio, presidente da Icon Games; e André Cariús, presidente da Donsoft. Esta última, coloco logo menos abaixo.

A Donsoft Entertainment é uma empresa especializada em jogos que tem como foco a cultura e o folclore brasileiros. André Cariús fundou a empresa em 2001, no Rio de Janeiro, e desde 2003  investe no tema capoeira. Desenvolve o jogo Capoeira Legends: Path of Freedom, que é divido em três capítulos – o primeiro já lançado no início do ano.

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Análise: VVVVVV – PC

1080p, Full HD, High Definition. Hoje o mundo dos videogames gira em torno desses termos. O jogo que chama a atenção é aquele com os melhores gráficos e resoluções. Até alguns jogos independentes estão entrando nessa. Mas uma pequena parcela dos apreciadores de videogames tem andado na contra-mão: Mega man 9 e 10 e o mais recente Sonic 4 provam que o estilo retrô ainda tem espaço nos dias de hoje.

No entanto, poucos são os jogos que com apenas alguns pixels e meia dúzia de cores conseguem ser bonitos e criativos. VVVVVV é tão simplista com seu visual que, a primeira olhada, parece que não tem muito o que oferecer ao jogador, mas após poucos minutos, é possível perceber a complexidade empregada em cada canto.

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Análise: Machinarium – PC

Responda rápido: há quanto tempo você não joga um bom adventure de apontar-e-clicar? O gênero, que teve seu auge nas décadas de 1980 e 1990 com jogos como Monkey Island, enfraqueceu muito nos últimos anos. Muita gente chegou a dizer, inclusive, que era um estilo morto. Machinarium apareceu para provar exatamente o contrário. Lançado em outubro pela desenvolvedora Amanita Design, da República Tcheca, o jogo mostra que ainda é possível ser original em um adventure, além de dar um novo gás ao gênero.

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Análise: Max & The Magic Marker – PC e Wii

Crayon Physics Deluxe, jogo lançado em 2008, tem uma mecânica peculiar: você desenha algo na tela que te ajuda a chegar ao seu objetivo, e tem também uma física muito bem trabalhada. A empresa Press Play gostou dessa ideia e decidiu inserí-la num jogo de plataforma com visual bem colorido, dando mais possibilidades de criação e voila: fizeram Max & The Magic Marker.

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Força Casual

Vice-presidente de comunicações da PopCap Games fala sobre o crescimento dos jogos casuais

Garth Chouteau

Nos dias atuais, a produção de um jogo para um console de última geração atinge valores exorbitantes. Não é difícil encontrar aqueles que demandam um investimento de dezenas de milhões de dólares por parte de suas produtoras. Como exemplo temos o recente Gran Turismo 5 que, segundo o próprio criador, Kazunori Yamauchi, teve um custo de produção de U$60 milhões.

Indo de encontro a isso, os jogos casuais costumam ter um custo de produção bem mais baixo e, sendo esse o tipo de jogo que mais rápido cresce nos últimos anos (cerca de 20% ao ano, segundo a Casual Games Association, organização internacional dedicada a promover os jogos casuais), acabam dando um retorno considerável para os desenvolvedores.

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